"FELIZ AQUELE QUE TRANSFERE O QUE SABE E APRENDE O QUE ENSINA"

(Cora Coralina)

TRIDENTE

FERRAMENTA MÁGICA DE EXU


O tridente é uma simbologia magística do ternário em conjunção com a mãe terra, ou seja representa as três pontas voltadas para cima, buscando alcançar o limiar das alturas e com isso, a evolução espiritual que se faz necessário a todos os seres, quer sejam encarnados, quanto desencarnados, e sendo que a sua base vai a terra, é indicativo que essas entidades (Exus e Pombagiras) estão atreladas a vida mundana da terra e com ela buscam a sabedoria e o equilíbrio necessário para que assim possam crescer materialmente.
O tridente em si mesmo, possui como elementos primordiais o ar (que é associado simbolicamente com o numero 3) devido as suas três pontas voltadas para cima, e ao elemento terra (que é associado simbolicamente pelo numero 4) devido a haste central que tem como base a terra, formando em si mesmo uma ferramenta magisticamente perfeita, pois se somarmos 3+4 teremos a junção do setenário celestial que é o numero 7, simbolizando que as entidades que dela fazem uso, são entidades que mesmo tendo sua base terrena, possuem o desejo de crescimento evolutivo dentro de si mesmas, e que trabalham tanto para o seu aperfeiçoamento próprio, como humano.
Mesmo que estes (os homens) não possam entender as suas atitudes, e portanto, pode até parecer loucura para muitos, em sua fase terrena e kármica de passagem.
Mas para Deus e toda a espiritualidade, é de uma sabedoria enorme, portanto, demonstra que mesmo trabalhando de forma contraditória e tão muitas das vezes criticada, Exu sabe muito bem o que esta fazendo, pois como diz meu Exu Marabo, meu compadre e grande amigo, “Exu num da ponto sem nó...”
As duas pontas equidistantes do meio do tridente demonstram duas coisas a saber:
1- Que Exu como agente magico, trabalha como uma entidade meta meta (positiva, negativa e neutra) e seu poder central esta adormecido, e uma vez "acordada", devera ser usada com sabedoria, pois Exu não volta atrás depois de ter aceito um trabalho...
2- Outro fator importante simbolizado nas pontas do tridente é que ele é um senhor que comanda espíritos que obedecem as suas diretrizes, e suas ordens, o Exu mesmo esta encerrado simbolicamente na haste central, e os espíritos que agem sob o seu comando são representados pelas duas outras vértices das pontas do tridente, e este é um dos motivos porque Exu em muitas vezes pede ebós para trabalhar, pois trabalha em conjunto com alguns espíritos que ainda estão em evolução e que se utilizam ainda de elementos terrenos como uma espécie de pagamento pelos serviços prestados...
Quando um tridente é fixado em um assentamento, suas forças se intensificam mais ainda, pois a ele são associados a mais 2 elementos, que são o fogo, que é utilizado no ato de purificação deste tridente na hora de assentar essa energia, e a água, que é implantada através de bebidas alcoólicas que serão aficionadas durante este mesmo processo junto com Axés pertencentes ao Axé do Exu correspondente, que será fixado, então, teremos as energias acumulativas dos 4 elementos da natureza, funcionando em uma ferramenta magisticamente poderosíssima, e que pelo bem da humanidade, devera ser usada com bom senso e sabedoria pelo Exu, seu médium e por todas as pessoas que dele se fazerem utilitárias.

PECADO

EXU E O CARMA DO MÉDIUM


Existem características nas atitudes do ser humano que identificam a atuação de espíritos inferiores com base no plano físico. São elas: vícios de qualquer espécie, incompreensão, egoísmo, vaidade, maldade, prepotência, imprudência, agressividade, falsidade, imoralidade, impaciência, irresponsabilidade, mentira, tendência para roubo e crimes, ciúme doentio, tendência a prostituição, vingança, desonestidade, injustiça, preguiça, falta de asseio, falta de respeito para com o próximo, ódio, apego excessivo aos bens materiais, falta de confiança em si mesmo, inveja, etc.
Entretanto, nem sempre o fato de que uma pessoa apresenta algumas dessas características significa tratar-se de atuação de vibrações de esquerda, como se poderia pensar. Muitas vezes trata-se de tendências cármicas da pessoa que, se persistirem sem nenhum tratamento, fatalmente levarão essa pessoa ao plano inferior após o seu desencarne. As características acima citadas representam o instinto animal que existe dentro de cada um de nós, com maior ou menor intensidade, dependendo do carma e do arbítrio da cada um.
Os médiuns, por ter escolhido a vida espiritual espontaneamente, conscientes de que abraçaram uma existência de sacrifícios e renúncias, tem direito de pagar seus carmas ou partes deles com os sacrifícios naturais que ponteiam a vida do médium. Assim sendo, pode fazer uso de certos espíritos ligado ao plano inferior para descarregarem o carma, desde que esses espíritos concordem, voluntariamente, em ser os cobradores de seus carmas, de forma ritualística e ordenada, para que a cobrança seja justa. Todo aquele que escolhe a mediunidade como veículo para pagar parte de seu carma precisa ter consciência de que o trabalho de médium não é um trabalho para ser executado apenas por obrigação ou pela vaidade de usar paramentos bonitos a fim de ressaltar o seu ego: se não houver a intenção despretensiosa de pagar sem pensar em critérios ou medidas, de nada valerá o trabalho feito, pois não haverá descarrego.
Ao dar passagem para o Exu, o médium deve ter em mente que: o primeiro está conscientizando-o de seus instintos animais, evitando assim que esses instintos sejam devolvidos ao médium; o exu está retirando influências negativas externas impregnadas no canal mediúnico; na incorporação ele está utilizando a matéria do médium para trabalho de cobertura, segurança, etc... além do desenvolvimento espiritual para ambos; o exu está dando cobertura espiritual ao desenvolvimento material do médium, como também desenvolvendo os valores místicos do mesmo e, por fim, mantendo um perfeito equilíbrio com o cosmos e os chacras inferiores.
Esses espíritos em evolução habitante do plano inferior por diversas razões (entre as quais se pode citar o apego excessivo aos bens materiais), quando atingem determinado ponto de evolução são chamados para trabalhos de proteção e limpeza de médiuns. Aliás, ao executarem essa missão de proteção, frequentemente chegam até mesmo a assumir parte do carma do médium para que esse possa continuar o seu trabalho mediúnico sem interrupção. Pode-se dizer que só querem ser respeitados e obedecidos quando seus serviços são solicitados. Eles não toleram a traição, chegando a ser vingativos e a tudo fazer para derrubar quem os traiu, mesmo se for o seu médium.

O BEM E O MAL

TRASMITE E LIGA - SEPARA E CONFUNDE


Para a quimbanda, o mundo dinâmico é uma interligação e equilíbrio de forças, onde as
existências reais não são o aspecto exterior das coisas. Da mesma forma, não existe uma fronteira rígida do bem e do mal.
Em virtude da formação elementar, os Exus operam por afinidade astral ligados ás salamandras, silfos. Ondinas e gnomos, que são respectivamente os elementais do fogo, do ar, da água e da terra, de onde eles tiram e formam energias que alimentam e mantém pelo próprio poder vibratório. E, como manuseiam os elementos formando misturas químicas espirituais. Para a quimbanda, o mundo dinâmico é interligação e equilíbrio de forças, onde as
Para sua ligação terra-a-terra utilizam a emanações fluídicas do sangue, do álcool, do dendê, da farofa, da carne, da pipoca, da pimenta e de outros elementos que empregam com a seguinte finalidade: O sangue para que não seja derramado pelo médio; o álcool, para evitar qualquer tendência ao vício do médio; O dendê, para evitar que o médio tenha agitações de ordem psíquicas; a farofa, para evitar que o médio passe fome; a carne, para evitar que o médio mate; a pipoca, para que o Exu atraia para si possíveis doenças cármicas dirigidas ao médio; a pimenta, para frear os instintos do médio.
Se o exu transmite e liga, também possui o poder inverso, de separar e confundir. É por isso que se torna patrono das trevas e da magia negra, Constitui sempre elemento essencial a toda e qualquer manifestação do mundo dos orixás: é portador da voz de Ifá (orixá que preside à adivinhação com os búzios), porteiro de Ossãe, dando acesso ou não as ervas sagradas, controla enguns (almas dos mortos ancestrais que vem em certas cerimônias) e é o mensageiro, servo e cobrador dos Orixás.
N a quimbanda, a encruzilhada é a interseção de dois caminhos, uma opção e também uma dúvida. A necessidade maior de se dar passagem para a esquerda reside em que, ao permitir a atuação desse médium jogar para fora de si uma carga energética negativa. Esse processo canaliza os aspectos animalescos na direção da humanidade e da espiritualização. Sem o descarrego das vibrações negativo periodicamente, o médium e levado ao desânimo, preguiça, menosprezo, doenças, e etc...
Foto que o conduzem ao desequilíbrio e, fatalmente, ao centro da encruzilhada.
Dessa forma se faz necessário que o médium saiba que os seus fundamentos nunca são iguais aos de outros médium, porque os seus assentamento, obrigações e conhecimento são dados por suas entidades e, constituem em um segredo do mais alto grau para esse médium, pois é ai que estão a sua defesa e proteção. Quanto menos pessoas souberem, mais seguro ele estará.
O maior fundamento do médium para realizar qualquer trabalho é ser honesto consigo mesmo em tudo aquilo que faz. Além disso, ele deve esta sempre consciente de que o segredo é o fator importante para o sucesso.
Sempre que o médium for dar passagem para uma entidade, é necessário que ele faça uma preparação básica que sustente o nível da força a ser movimentada, para poder garantir a volta ao estado anterior. Isso significa que o médium deve estar bem preparado, seguro do que vai fazer, e confiar em suas entidades sem constrangimento ou preceito de ordem material, tais como vergonha, desconfiança, medo, etc... pois de nada adiantará a incorporação, já que ele não conseguirá os efeitos e propósitos almejados.
A conscientização do que a quimbanda representa como força e como religião é fator indispensável no manuseio destas energias. É necessário conhecer os espíritos que trabalham na quimbanda e como e como eles se manifestam no dia-dia do ser humano..

EXU

OS MENSAGEIROS DO BAIXO ASTRAL

Confundido com o diabo dos cristãos, EXU – como é mais conhecido esse Elebara. Juntamente com a Pomba-Gira, ele colabora no descarrego do carma e na limpeza do médio, encontram na quimbanda as leis que os orientam nos seus intercâmbios entre o astral inferior e o plano físico.



Muita confusão existe a respeito da quimbanda. Seja pela omissão de um babalorixá na transmissão de conhecimento aos seus filhos, seja em virtude elementos inescrupuloso que abusam em benefício próprio para satisfazer o seu ego.
Tudo isso aliado a um sincretismo malfeito com a doutrina católica e outras religiões mediúnicas, originou uma visão deturpada, ainda hoje mantida por muitas pessoas em relação a Exu e pomba-gira, conheci do como Elebara.
Entretanto, os Exus são bem diferentes do diabo cristão. É importante distinguir a verdade de todas as infâmias e mentiras que dizem dos Exus, pois essa entidade do panteão africano tem fundamental importância, interligado e dinamizado os diversos planos em que se divide a criação do universo.
A quimbanda é uma religião mediúnica, formada por espíritos em evolução, onde o conceito do bem e do mal é condição necessária ao aprendizado das entidades, mesmo porque os Exus não fazem nada por conta própria. São sempre mandados. Como toda religião mediúnica, a quimbanda é formada por legiões que se agrupam em planos e sub-planos, formando agrupamentos e sub-agrupamentos, num serviço de atuação terra-a-terra.
Os espíritos que nela trabalham estão na fase elementar, isso é em evolução dentro de certas funções cármicas.
A incompreensão a respeito dessas entidades teve muita a ver com os pregadores de outras religiões, tanto na África como no Brasil, bem como com o espírito limitado de certo estudiosos e os relatos cheios de preconceitos e temor dos senhores coloniais; em sua cabeças, nunca passara que a resposta dos negros em forma de magia ao estado de escravidão era um grito de liberdade na direção do direito humano. Ora, se suas liberdades físicas podiam ser privadas pelos senhores, eles teriam então o direito de tirar destes senhores a sua liberdade da alma!
Mas olha só, Quem vem lá...
Quem vem descendo á ladeira...
Quem vem tomando cachaça
É seu Exu... caveira...
Ééééeée... Seu exu caveira.
Ééééeée... Seu exu caveira.